segunda-feira, julho 09, 2007


A liberdade é uma coisa maravilhosa. É uma das sete maravilhas do mundo, embora não o seja do mundo inteiro, porque há quem a ela não tenha acesso. E não me refiro obviamente àqueles que dela estão privados por ordem judicial, depois de um julgamento justo e imparcial.

Já a Estátua da Liberdade, não é maravilha nenhuma. A meu ver, nem sequer merecia ter estado entre as vinte candidatas às sete novas maravilhas do mundo. E o que penso relativamente à estátua da Liberdade também aplico à Torre Eiffel, ao Cristo Redentor e à Ópera de Sidney. Eu sei que não concordas comigo, mas, olha, paciência...
Obviamente, o que penso acerca da participação da Estátua da Liberdade neste concurso nunca me faria vaiá-la. Mas o conhecimento da história e do que a estátua representa também não me fariam mudar de ideias acerca do seu parco valor enquanto candidata. Para mim, não era o que ela representa que estava em causa no concurso, mas sim como ela se apresenta.

Por outro lado, eu também nunca apuparia o primeiro-ministro José Sócrates. Não querendo com isto dizer que aprecio ou não o seu trabalho enquanto homem político, o que tenho de deixar claro é que as razões para não o vaiar não têm qualquer conotação política. Prendem-se mais com a minha esmerada educação na Suiça.

O público que assistia ao espectáculo de sábado passado para a apresentação das sete novas maravilhas do mundo vaiou a Estátua da Liberdade e José Sócrates. Eu acho que ou bem que se tem vergonha dos dois apupos, pois são duas grandes faltas de educação ou então, se é para nos envergonharmos apenas de termos xingado os EUA em frente do mundo inteiro, não vale a pena. Apesar dos números que foram disparados de meia em meia-hora pelos locutores da TVI, dos não sei quantos milhões de espectadores em todo o mundo, quem viu o espectáculo foram mesmo só os espectadores da TVI em Portugal. É que das dezenas de canais a que tenho acesso em casa (de diversos países) não havia nem um a transmitir o evento no Estádio da Luz.

7 Comments:

Blogger Nelson Reprezas said...

Este comentário foi removido pelo autor.

julho 09, 2007 4:12 da tarde  
Blogger Nelson Reprezas said...

Minha querida amiga

As coisas contigo teem de ser muito explicadinhas. Ou seja, se eu mencionei a Estatua da Liberdade e nao mencionei o Socrates nao foi porque estivesse implicita a minha concordancia com a vaia ao primeiro ministro. Estou inteiramente contigo, no que dizes. Sou insuspeito, acho que o PS nao presta, nao gosto do PS, considero o PS responsavel por muito do mau que se passa no meu pais, mas estou como tu. Socrates eh o primeiro ministro, foi democraticamente eleito e nestas coisas os votos eh que contam.
O que acontece eh que o desporto favorito dos portugueses, vaiar, patear, insultar, eh um sentimento que ja nos estah nas tripas, remete mesmo para aquilo que eu considero um complexo de inferioridade, ja que constitui uma maneira eficaz de apoucar os poderosos. Last but not the least, o proprio partido socialista tem responsabilidades directas neste estado de coisas. Porque os seus mentores sao insuportavelmente arrogantes e muitos deles nao sabem que o sao. Eu lembro-me bem das tiradas de Soares quanto ao direito ah indignaçao, da gritaria de Armando Vara (o tal que agora eh administrador da CGD) quando foi do businao, das ameaças de Guterres de partir as fuças ah reaçao, ou da expressao idiota (sempre a mesma) de Jorge Coelho quando disse que quem se metesse com o PS levava. Lembro-me ainda de Soares dar uma corrida num policia ou da zanga de Jorge Sampaio e respectivo ralhete a um grupo de GNR que se enganaram num trajecto qualquer por onde ele ia. Mais grave, quando sao confrontados com este tipo de coisas, como aconteceu agora com o G. Oliveira Martins, um individuo pouco recomendavel em materia de liberdades ja quando ele era membro da Associaçao Academica de Coimbra, dizem que nao recebem liçoes de democracia de ninguem, Pacheco Pereira tem aflorado esta questao com muita eficacia e esta gentinha (que eh de gentinha que se trata) esta a colher agora muito dos ventos que semeou aquando da "arrogancia de Cavaco". O responsavel ultimo eh Socrates, com certeza ele proprio um arrogante mal fermentado, a quem nao deram tempo de deixar actuar o coalhante. Ve-se na forma como fala e tudo se reflecte depois nos seus ministros. A culminar a cadeia de desastres que tem sido com os zelotas do partido pelas diferentes repartiçoes, houve aquela senhora inteligente que disse que se podia falar mal do governo... em casa. Ou a resposta de Jaime Silva, um digno burocrata de Bruxelas que nao sabe o que eh um tuberculo e a quem foi entregue a pasta da agricultura e pescas, uma resposta, dizia eu, a um pescador que perguntando ao ministro se os problemas nao eram por culpa da CEE (sic) e ignorando o esforço de Durao Barroso, que estava presente, em falar com o homem, Jaime Silva virou as costas ao pescador e disse: Olhe, entao escreva para Bruxelas e peça para sair da Uniao Europeia.
Fui falando por aqui fora, mas o essencial ficou. Concordo com o que dizes. Eu tambem jamais vaiaria o meu primeiro ministro. Mesmo esquecendo-me da minha esmerada educaçao na Suiça, jamais diria porra, diria chiça :)), para usar a tua metafora. Mas a culpa eh deles. Muita, deles.
beijola para ti e a beijola eh culpa tua porque a inventaste.
Ah e obrigado pelo link, tenho recebido muitos visitas ilustres do Lote, nao sei quem sao, mas todas elas dizem Lote 5 o que significa que veem de lah :).

julho 09, 2007 4:42 da tarde  
Blogger Unknown said...

Sabes que concordo contigo em tudo o que dizes... alias o Cristo redentor estar no grupo das 7 maravilhas e porque ha muitos Brasileiros que podem votar e por isso influenciar o resultado.
Nao votaria ou deixaria de votar em alguma maravilha pelo Pais em que esta se encontrasse. Como nao as vaiaria. Esse nao sou eu.
E nao, aqui tambem nao deu em nenhum dos 300 canais que tenho em casa.
Beijos

julho 09, 2007 6:02 da tarde  
Blogger Leonor said...

Já sabes que o Cristo Redentor tem lugar no meu coração, mas concordo que o monumento não é nada de especial. De resto, concordo inteiramente com a Torre Eiffel e a Estátua da Liberdade.
Beijocas

PS: Não concordar só significa isso mesmo, tal como o Cristo tens cá um lugarzinho :-)

julho 09, 2007 8:36 da tarde  
Blogger Pitucha said...

Não vi mas tal não é motivo para não botar faladura (!): com ou sem maravilha, quero ir ver o Cristo Redentor...um dia. Assim como quis ir ver, e vi, a Torre Eiffel e a estátua da Liberdade.
E mais uma data de maravilhas porque eu, em matéria de ir por aí a ver coisas não sou esquisita, como sabes!
E também não sou dada a assobios, até porque teria de admitir que não sei assobiar e as falhas são para ser mantidas discretas!
Beijos

julho 10, 2007 8:48 da manhã  
Blogger Carlota said...

Espumante, obrigada pelo esclarecimento de 579 palavras.
Eu sei que também tens uma esmerada educação. O que me incentivou a escrever não foi tanto o teu (primeiro) post sobre o assunto, mas mais o que escreveu a pessoa que linkaste no teu terceiro post sobre o assunto. Por isso não te linkei neste post.
(E também não linkei ou outro porque acho que as coisas que diz não devem ser mais divulgadas!)
Ah, e não tens nada que agradecer o outro link! Vale os bytes que ocupa! (Se é que são bytes...)

Obrigada, Melões, por confirmares a minha teoria. Acho que aquele espectáculo só deu mesmo em Portugal...

Papalagui, esse P.S. foi das coisas mais ternas que alguém já me disse por aqui. Muito obrigada! :)

Acho muito bem que partas em direcção ao Rio, Pitucha, e que vás lá ver o Redentor.
Eu, por acaso, já lá estive e a vista que de lá se tem é bastante deslubrante!

Beijolas a todos.

julho 10, 2007 11:08 da manhã  
Blogger wednesday said...

Quanto aos apupos, estou inteiramente de acordo contigo. EU estive in loco no Estádio e achei muito mau esses dois momentos, como também o Joaquim Cortez nã ter dançado, como ter havido voluntários a ir parar ao hospital porque nunca tinham ensaiado a segurar as tochas. É tudo grave, e pior, três destes quatro momentos são exemplos típicos do português.

Quanto ao número de espectadores, não faço a mínima ideia. Mas ao que apurei com amigos meus de outras nacionalidades ninguém estava a par do acontecimento. Mas na TV apareceram os indianos a comemorar a eleição do Taj Mahal, mas as tecnologias também fazem milagres.

Além de tudo isso, melhor ainda foi a TVI andar a bradar a todos os ventos o share que teve. É mesmo cor-de-rosa!

julho 10, 2007 9:26 da tarde  

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