O compromisso
Às vezes dou comigo a pensar nos momentos em que nos auto-censuramos, fechando rapidamente a boca e muitas vezes mordendo a língua, para não verbalizar os pensamentos que nos correm no cérebro, para não criar conflitos, para não ofender ou magoar ninguém, por puras conveniências sociais.
Quantas vezes omitimos a nossa opinião e damos preferência à manutenção de fracas redes relacionais? E isto "apenas" para não ficarmos sós...
Quando temos este género de comportamento, ficamos bem com os outros, mas mal connosco. Há, por isso, que encontrar uma solução de compromisso, para que nos sintamos bem na nossa pele e, simultaneamente, com aqueles que nos rodeiam.
A vida ensina-nos a encontrar esse compromisso.
Já o encontraram?
22 Comments:
Acho que a situação de compromisso passa pela maneira como tu dizes as coisas. Se o outro perceber que o fazes com amor e amizade e não simplesmente para descarregar ou por mera necessidade de afirmação, muito bem.
Ana B.E.
Essa é uma solução possível para alguns dos tipos de relações sociais.
Mas e para as que não são construídas em amor ou amizade?
Estava a pensar também em em qualquer coisa como "amor pelo ser humano em geral"; uma cena zen, mas também cristã.
E nalgumas situações usar a máxima: "não chatear, nem ser chateado".
Às vezes ficar calado também tem a sua nobreza. Há pessoas com quem não vale a pena perder tempo.
Ora aí está a Ana que eu conheço. E com o tom que eu gosto!
Mas... Espera aí! Eu conheço-te, Ana?... Não tinhas outro nome?
Que estranho chamar-te Ana!
:)
Pois, JVC, o problema é quando pedem a nossa opinião e depois de a ouvirem se arrependem... E nós também!
É à escolha: Margot, Aninha, Leidi Ana, Cereja, Anita (para espanhóis em particular), e sim, em tempos tive nome de urso de peluche, mas já nem me lembro bem...
Hoje estou com uma vontade de produzir que dói!
Não é fácil..., mas quando sinto que, com o silêncio, estou a trair alguém ou largamente as minhas convicções, não posso ficar calada.
Ah! Aproveito para dizer (escrever!) que gostei do pouco que ainda tive oportunidade de ler no teu blog.
Margot ou Leidi Ana!: Gosto de ambos. Dão-te um ar aristocrático!
;)
Oi Deep! Bem vinda ao Lote 5!
Tens por acaso uma morada blogosférica onde eu possa encontrar-te?... É que me lembro de já ter visto o teu nome, mas não me recordo onde!
Ana, por acaso lembrei-me de ti quando escrevi o post...
:)
Beijolas
Tenho graves problemas por não me saber conter mas não engulo sapos!
Um abraço.
Armando: Resumindo, não tens vocação para a política, onde passam a vida a ter de os engolir!
;)
Olá, outra vez! "Encontrámo-nos" na "casa" do Nilson, aliás foi assim que eu vim parar ao teu "lote".
A minha morada na blogosfera é www.amaroinfinito.blogspot.com
belíssimo post sim senhora!
Estamos em permanente confronto social. As pessoas não querem ouvir as verdades mas as Suas verdades...isto é as suas ilusões. E se dizemos a VERDADE então somos punidos...hoje prefere-se o politicamente correcto...
fez-me pensar
muito bom.
Não, ainda não encontrei e começo a desesperar. Ultimamente é mesmo cada cavadela cada minhoca...
2006 me traga sabedoria que a idade não tem ajudado!
Beijos
Não. Mas acho que vem com a idade. Eu pelo menos tenho esperança que seja assim... para bem da minha sobrevivência.
E eu não sei se com a idade não se vai ficando mais " estou-me nas tintas, e digo porque quero... ou, já não tenho idade para calar"...!
Se queres que te diga eu já calei muito mais. Agora se me pedem a opinião dou-a! De qq dos modos a quem não pede passo ao lado, aliás sempre passei... o que também irrita algumas pessoas.
Nem por isso, e às vezes irrito-me bastante comigo mesma! Mas enfim, há-de vir um dia!
Pois às vezes penso que encontro o tal compromisso, mas quando as relações são de algum distanciamento e cordialidade, a coisa complica e engulo alguns sapos.
Mas a malta há-de aprender.
Beijinhos.
Guardião: Pois ainda bem que gostaste. Obrigada.
Pitucha, BJ, Lilla Mig e Carla: Ainda sois muito jovens! Têm tempo para aprender! (Ó p'ra mim armada em mãezinha...)
MCM: Eu partilho essa visão das coisas. E aplico-a muitas vezes.
Beijolas
Tanta visita!! Que bom.
tento também encontrar esse compromisso nem sempre fácil.
E diferente consoante se está no local de trabalho ou com a familia e amigos. Acho que encontrar esse compromisso depende da forma como nos envolvemos na coisa.
beijinhos
Pata: Muitas visitas, mas a casa é grande. Há lugar sentado para todos.
Beijolas
Carlota,
O teu post convida à reflexão! Ou, mais prosaicamente ... dá pano para mangas!
"Quantas vezes omitimos a nossa opinião e damos preferência à manutenção de fracas redes relacionais? [...]"
Muitas!! Infelizmente, TODOS nós, TODOS os dias, e em miríades de contextos e situações!
Não creio que esteja (exclusivamente) relacionado com o 'medo' da solidão ... Vai além disso ... Os grilhões da sociedade a isso nos obrigam, induzem-nos a uma hipocrisia morna, por acomodamento ao estabelecido, pela necessidade de agradar, pela necessidade de não ser diferente ao ponto de ser excluído, ou por inseguranças pessoais, enfim ... Não importa o porquê, importa que acontece ... E concordo com o que tu mesma concluis: a vida vai-nos ensinando a manifestar esse compromisso. Em suma, a vida vai-nos ensinando a alcançar um compromisso em que nem fazemos mal aos outros nem ficamos mal connosco, e sabemos separar o trigo do joio, catalogando as fracas redes relacionais e sabendo identificar as verdadeiras amizades ... E, afinal, dentro das fracas redes relacionais, que importância tem não ouvirem a tua verdadeira opinião? Ou, pelas mesmas razões, que importância tem ouvirem a tua verdadeira opinião? Se são fracas, e as reconheces e identificas como fracas, what do you have to loose? Quem perde são eles!
Para primeiro post, creio que me alonguei o suficiente!
... será que as regras bloguistas permitem autênticos manuscritos em jeito de comentário aos posts do blogger? Devo maçar-me com esta interrogação, ou devo despojar-me deste género de preocupação, a preocupação do olhar do outro, dos outros, que além do mais (nesta situação específica) são anónimos para mim?
Até breve
Cardinale, começando pelo fim (é um critério como outro qualquer): até breve?... Eu preferia mais um até já! Onde é que posso encontrar-te na blogosfera?
Muito obrigada pelo teu longo comentário. Gostei muito de o ler.
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