quarta-feira, janeiro 25, 2006

Velhas cantigas


Continuam elevados os níveis de abstenção nas eleições em Portugal.
Acho que têm aumentado na mesma proporção em que têm diminuído os níveis de audiência do festival da eurovisão.
O que me faz confusão é que nunca ninguém se tenha lembrado de identificar a causa de ambos os fenómenos: as cantigas, que são sempre as mesmas. Já ninguém tem pachorra para as ouvir, quanto mais para eleger uma vencedora. Só mesmo por amor à pátria...

13 Comments:

Blogger Pitucha said...

Tudo se resume a cansaço, monotonia, chateza.
Daí que qualquer coisa que cheire um pouco a diferente seja tão tentadora (um pouco como a candidatura de Manuel Alegre, ou os ABBA do Waterloo, para guardar a tua analogia).
Beijos

janeiro 25, 2006 11:20 da manhã  
Blogger rafaela said...

Carlota, em portugal ha uma filosofia de vida que é "gira o disco e toca o mesmo" é usada pra tudo, faz-se um ligeiro up-date e tá pronto pra seguir.
*

janeiro 25, 2006 11:43 da manhã  
Blogger Periférico said...

Concordo com a Pitucha, o cinzentismo dominante torna atractiva qualquer cantiga mais colorida, diferente... Mas existe na nossa sociedade um laxismo e um comodismo de quem ainda espera um estado providência, um estado que resolva tudo, mesmo a preguiça dominante... como dizia o JFK, acho que chegou a hora de os portugueses começarem a pensar o que podem fazer pelo seu país e não o que o país pode fazer por eles... a não ser que queiram ficar para sempre na cauda da Europa!

Beijos

janeiro 25, 2006 12:14 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Vou explicar como é que eu voto: eu voto por "pena".
Dantes era do Movimento Partido da Terra, mas acabou e fiquei sem partido. Votava convicta de que a ecologia era o único argumento de peso face à economia desenfreada. Agora votei por "pena" (já é a segunda vez que o faço) do Manuel Alegre. Acho que as pessoas tendem a achar emocionante aquele "contra tudo e todos", "sozinho", "abandonado pelos amigos"...Irrita-me que seja caçador e aquele ar de "eu gostava mesmo era de ser o Hemingway ou o Pablo Neruda"; assim um misto de lenda viva com "maior que a própria vida"... Mas pronto, coitadinho, até era bem estiloso um presidente poeta!

janeiro 25, 2006 1:46 da tarde  
Blogger Carlota said...

Pitucha: Medalha de ouro hoje, hein?
Pois sabes que abordaste mesmo a parte que tencionava adicionar ao post e depois me esqueci?...
É a isto que se chama estar na mesma onda!

Rafaela: Concordo! Só uma pequena pergunta: não é antes "vira" o disco, em vez do "gira"?:)

Periférico: Olha, não sabia que o Kennedy se tinha alguma vez referido a Portugal tão explicitamente!:)
Foi também ele que numa visita de Estado à Portolândia discursou na Praça da Ribeira, começando por dizer: "EU SOU UM Fêcêpista!"?L;)

Margot: Sei perfeitamente do que estás a falar. A "pena" também me acompanha em algumas decisões que tenho de tomar. É um critério como outro qualquer!

Ana: Mais emoções no dia das eleições?... Ó Ana, ao menos no festival levamos uma hora a ouvir os votos da Ucrância, da Croácia, da Eslovénia, da Irlanda e de todos os outros até sabermos quem ganha! No domingo passado demorou apenas uns minutos desde a hora em que liguei a televisão até saber quem era o novo presidente!:)
(Estou obviamente na brinca!)

Beijolas a todos!

janeiro 25, 2006 2:43 da tarde  
Blogger Pitucha said...

Carlota
Estive a ler as tuas respostas e fiquei com pena que as eleições não fossem como o festival da canção. Tipo: chamamos agora o Porto; Porto boa tarde; boa tarde, a votação do Porto é a seguinte Cavaco Silva 10 pontos, Cabaco Silba, 10 puontos... e assim por diante.
Que giro que seria!

janeiro 25, 2006 3:07 da tarde  
Blogger Carlota said...

Eh, eh, eh...
Mas os candidatos teriam de cantar os programas políticos!
:)

janeiro 25, 2006 3:20 da tarde  
Blogger rafaela said...

é vira sim carlota =P

janeiro 25, 2006 3:56 da tarde  
Blogger Folha de Chá said...

O que me foste lembrar - festivais da eurovisão. eh eh dantes, eram um luxo. Havia colectâneas com as músicas vencedoras de todos os anos e os editores apostavam em levar para o festival músicas boas. Agora, os editores viram a cabeça para outro lado, apresentam-se por lá músicas sofríveis e já ninguém tem paciência para aquilo. Diminuiu o nível de exigência. Mas também te digo uma coisa: antes o festival da eurovisão do que todos os políticos juntos. :) :) :)

janeiro 25, 2006 4:28 da tarde  
Blogger Pata said...

Tenho uma explicação...
As Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia recebem verbas proporcionalmente ao número de eleitores, logicamente quantos mais eleitores mais dinheiro terão para gastar. Sendo assim e como não existe uma base de dados centralizada (nem sem ser), as pessoas morrem e não são retiradas da lista de eleitores.
Resumindo: A percentagem de pessoas que não vota é uma fraude!
Engraçado não é?

janeiro 25, 2006 4:47 da tarde  
Blogger Carla Motah said...

Pronto, mas o que tem de ser tem muita força. É um direito e um dever cívico, por isso, por amor à pátria, há que votar.
Beijinhos

janeiro 25, 2006 8:00 da tarde  
Blogger Rita Rabiga said...

Grande goela tem o boneco da figura. :))))
Parece que seria divertido ouvi-lo.
Já os políticos, já ninguém liga ao que dizem.
Depois das eleições, a cantige é sempre outra.

janeiro 26, 2006 1:42 da manhã  
Blogger armando s. sousa said...

As cantigas são efectivamente sempre as mesmas, interpretadas umas vezes por cantores outras vezes por políticos.
Que estranho país...
Um abraço, Carlota.

janeiro 26, 2006 1:28 da tarde  

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