M de MEDÍOCRES. Com Hermesetas.

Num belo fim de tarde de Verão, enquanto aguardamos a hora de saída para jantar, ligamos a televisão. Saltamos de canal em canal e somos obrigados a parar na TVI. O Migas já reconhece os Meninos com Açúcar e baba-se a ver aquilo. Gostava de perceber porquê.

Tiro uma folga do meu papel de mãe dedicada e deixo-o ver um bocado daquilo. Afinal de contas, o episódio está quase a acabar.

Contudo, não consigo concentrar-me. A cena da série é de tal forma estúpida que o meu lado masoquista me obriga a olhar para a televisão. Uns sete ou oito teen-agers enrolados em roupas coloridas e portadores de penteados ridículos rodeiam um idoso que teve uma síncope (?) e que parece estar morto (pelo menos, jaz inanimado). Uns dão gritos histéricos, outros também não sabem o que fazer. A cena prolonga-se mais um par de minutos e tudo continua na mesma: uma mão-cheia de jovens parvos à volta de um corpo inanimado cujos cérebros, ainda assim, estarão em menos actividade do que o do (suposto) morto.

O Migas está tão estupefacto quanto eu. Mas, mais lúcido do que aqueles bípedes acéfalos quatro vezes e meia mais velhos do que ele (ou do que o parvo ambulante que criou aquela cena), vira-se para mim e pergunta: Eles não vão chamar a ambulância?

Eu quero acreditar que sim. Mas, em vez disso, os energúmenos apercebem-se de que um carro da polícia está a chegar e, enquanto uma loura berra que é muito nova para ir para a prisão, decidem esconder o corpo inanimado.

Neste momento, penso nos milhares de crianças que estão a assistir a esta cena, para quem os Morangos são os seus ídolos. A mediocridade gera mediocridade... Não posso chegar a todas, mas a esta aqui ao pé de mim não me escapa: Anda cá, Migas, que eu vou explicar-te porque é que aqueles meninos são tãaao burros!