domingo, novembro 27, 2005

No pain, no gain


Uma referência aos toques de entrada para as aulas inspirou-me este texto.
É verdade que há já muito tempo que não me vinham à memória os toques das campainhas da escola. Mas os pensamentos são como as cerejas e do que logo a seguir me lembrei foi das últimas vezes em que ouvi essas campaínhas. E não foi na escola. Foi no Parlamento Europeu, onde trabalhei como assistente de uma deputada portuguesa durante alguns anos...
O Parlamento Europeu reúne-se em sessão plenária uma vez por mês em Estrasburgo (França) e umas outras quantas vezes por ano também em Bruxelas. É quando estão os deputados todos sentadinhos no hemiciclo, estão a ver?...
E sabem em que momento e por que motivo estão os representantes do povo europeu TODOS lá sentadinhos?... É QUANDO uma campaínha toca por todo o edifício a avisar que está na hora de votar e é PORQUE se eles não votarem é-lhes marcada uma falta e não recebem o carcanhol correspondente ao dia do voto.
Acham que isto é um exagero e que assim se tratam os deputados como se de criancinhas mal-comportadas se tratasse? Então eu explico porque é que é assim...
Os deputados europeus recebem, entre outros subsídios, o de estadia. Este subsídio é concedido pelos dias de participação nas reuniões oficiais e essa participação é comprovada mediante a assinatura de folhas de presença para esse fim.
Hoje em dia, essas folhas de presença estão nas próprias salas de reuniões, mas há alguns anos eram colocadas do lado de fora da sala. E o que faziam então alguns deputados?... Assinavam a folha para garantir o pagamento do subsídio desse dia e depois "punham-se na alheta"!... E quando chegava a hora do voto só lá estavam alguns gatos-pingados, o que muitas vezes fazia com que textos importantes não fossem aprovados.
Foi então por causa dos mal-comportados que passou a ser obrigatório assinar a folha de presença dentro da sala - para eventuais escapadelas darem mais nas vistas - e estar presente na altura do voto. É que no pain, no gain!

7 Comments:

Blogger Pitucha said...

Cada um tem a campainha que merece!
Beijos

novembro 28, 2005 8:31 da manhã  
Blogger Nelson Reprezas said...

Primeiro pareceu-me um bolo de chocolate. Mas depois de ler o texto, acabei por perceber...
:)

novembro 28, 2005 10:33 da manhã  
Blogger Carlota said...

Pitucha: É isso mesmo! E a campainha dos MEPs toca bem alto!

Espumante: Foi a melhor fotografia que consegui arranjar.
Obrigada pela visita!

Eremita Baptista: Sim, sim... Estão mas é a ouvir o toque das moedas a cair... (Saída airosa?)
Volta sempre, hein?

novembro 28, 2005 11:42 da manhã  
Blogger Periférico said...

Se calhar uma campaínha no nosso Parlamento Nacional também não seria má ideia!;-) Será que descontaram no ordenado do Deputado Manuel Alegre a falta conveniente que ele deu na aprovação do Orçamento?;-)

Esse princípio do No Pain, No Gain parece-me justo e politicamente correcto para os padrões "Bruxelenses"!

Beijos

novembro 28, 2005 5:16 da tarde  
Blogger Carla Motah said...

Ora aí está uma ideia para aplicar na Assembleia da República.
Eu, que também continuo a ouvir e a trabalhar a toque de campainha, acho que a dita faz falta em muitos outros lados. è que há gente "tão esquecida"...
Beijinhos

novembro 28, 2005 9:19 da tarde  
Blogger t-shelf said...

E eu que estou sempre a admoestar as minhas pobres criancinhas por não chegarem a horas... Campainha na Assembleia e nas Câmaras Municipais já. O slogan poderia ser qualquer coisa como: Para bem facturar há que ouvir campainhar!

novembro 28, 2005 10:07 da tarde  
Blogger Carlota said...

Ó Periférico, eu acho que o "no pain, no gain" devia ser sempre aplicado, independentemente do padrão.

Carla: Bela ideia essa de difundir o uso das campainhas!

T-shelf: O slogan está perfeito! No caso das criancinhas, facturariam em conhecimentos!

Beijolas a todos!

novembro 29, 2005 2:41 da tarde  

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