Um pouco mais do mesmo
Toda a gente sabe que um dos temas de conversa mais recorrente entre mulheres é o das suas empregadas domésticas. Sobre o que fazem bem e mal, sobre quanto ganham, sobre os estragos que já causaram e por aí fora. Eu própria já aqui abordei o assunto "empregada doméstica" umas quantas vezes, tendo a última ocorrido na semana passada. As referências anteriores são um pouco mais antigas, uma a propósito da habilidade que a minha empregada tem para lidar com o alarme da minha casa e a outra acerca de um dos muitos recados escritos quase indecifráveis que ela me deixa.
Ainda sobre o mesmo assunto, descobri hoje, quando tentava dar uma vista de olhos aos jornais dos últimos dias, que a Maria Filomena Mónica também divulgou alguns pormenores acerca das suas empregadas domésticas, no texto em que escreveu na última Pública.
Tenho de confessar que durante os últimos anos - por um motivo palerma que me envergonha divulgar - tive uma séria aversão à Maria Filomena Mónica e aos textos que escrevia, ao ponto de deixar de os ler.
Quis porém o destino despertar-me uma certa curiosidade em relação ao último livro por ela publicado (Bilhete de identidade), sobretudo por causa da polémica que o mesmo causou.
Lido o livro de quase uma assentada - devido à leveza da escrita e aos saltos feitos nas partes menos interessantes -, o balanço até foi positivo. O livro tem o seu interesse, sobretudo como "documento de época". Mas fiquei com a sensação de que qualquer pessoa que saiba escrever poderia, com jeitinho, fazer o mesmo.
Lido o livro de quase uma assentada - devido à leveza da escrita e aos saltos feitos nas partes menos interessantes -, o balanço até foi positivo. O livro tem o seu interesse, sobretudo como "documento de época". Mas fiquei com a sensação de que qualquer pessoa que saiba escrever poderia, com jeitinho, fazer o mesmo.
Na mesma senda do livro, a Maria Filomena Mónica descreve sucintamente, no artigo publicado na última Pública, a história que teve com as suas duas empregadas domésticas, Celeste e Teresa, por esta ordem. Salpicado o artigo com um ou dois factos históricos, para dar ambiente, e uma referência ao “laço monetário” de Karl Marx, piscando o olho à sua cultura geral, a autora vai largando balelas à esquerda e à direita, tal como o fazem muitos dos blogs que por aí se encontram, este incluído. Mas consegue superar-se a si própria quando diz, e passo a citar “As relações entre uma patroa, especialmente se de esquerda, e uma empregada doméstica são complexas. Algures entre a Celeste e a Teresa comecei a ter dúvidas sobre a justiça de um arranjo que, se me permitia levar uma vida "emancipada", mantinha outra mulher enclausurada num trabalho deplorável.”
E eu pergunto, face a isto, se alguém está disposto a pagar-me para escrever as minhas bacoquices num jornal ou se devo continuar a fazê-lo somente por aqui…
18 Comments:
Brilhante!
Não podem pagar-te para escreveres por aqui mesmo??!
É que eu, como sabes, não leio jornais ...
Beijos,
Sinapse
Se te pagarem um preço justo, porque não?
Beijos
Carlota
Estou aqui a matar a cabeça e a tentar estabelecer uma relação entre o teu comentador lá em cima e o teu post. Mas não vou lá. Estou a começar a sentir-me um destituído. Uma ruína mental...
beijolas
:)
LOLOOOOOOOOOOL para o comentário do Espumante!!Bom ...
Quanto ao facto de se houver alguém disposto a pagar-te para dizeres "estas bocoquices" num jornal...pede muito!!
Há gente neste país tão bem paga para dizer bacoquices muito maiores!!! Pede muito pois é isso que vales!!
Beijão
Sinapse, Pitucha e Papoila, não acredito que alguém estivesse interessado em pagar por isto. Daí o meu espanto por haver quem seja pago por escrever algo semelhante...
O objecto do teu comentário, Espumante, dissipou-se.
Não consigo é perceber porquê...
Beijolas a todos.
Mais uma vez a Filomena Mónica carlota? Não gosto dessa senhora.
Já deste blog gosto. Importas-te de continuá-lo, de preferência de borla?
Muito agradecido.
Eu já tinha falado dela antes?...
Não me recordo de tal...
Quanto à pergunta, a resposta é, obviamente: não me importo nada, Patchouly. Com muito gosto!
Beijola.
Carlota:
Gostei do livro da Maria Filomena Monica.
Já em relação ao artigo que referes: parece que está na moda -entre opinionmakers e escritores dde blogues quer da esquerda quer da direita - dizer anormalidades como essa que citas ou esta: http://geracao-rasca.blogspot.com/2006/04/se-conduzir-no-oua-o-convidado-do.html - isto para dar um exemplo de gente de esquerda.
Quanto a ti: ha certos textos que merecem receber recompensa monetaria, de facto...
se te pagarem um preço justo acho que sim
agora gostaria bem mais de te ver a escrever e a seres paga para outro tipo de artigo ...daqueles que só tu sabes escrever
:)
Por mim deves continuar a fazê-lo aqui. É bem mais autêntico e descomprometido. No entanto, se surgir o convite, não te esqueças de avisar o pessoal.
Beijinhos
Sabine, eu também gostei do livro. Já relativamente ao artigo, a conversa é outra.
Pelo que dizes, deve ser um virus que anda por aí. :)
Obrigada, Um Outro Olhar!:)
Ana e Carla, não decidi coisíssima nenhuma, nem ando perto de escrever noutro lado que não aqui! Só me pus a divagar...
Beijolas a todas!
Pagamos e escreves aqui mesmo, ou isso será enclausurar-te num trabalho deploravel?
Ele há cada uma!!!
Carlota a Maria Filomena é um bocadinho pro tonta, quer-me a mim parecer, ainda li um ou dois artigos dela pra publica e foi só, por isso não estou a falar com grande conhecimento de causa, mas a impressão que tenho é que ela é tonta e que realmente tu podias escrever pra publica =P
**
Acho muito bem que escrevas!:) E nós ficamos à espera de ter o jornal na mão para te poder ler!:)
Até lá, vou-me deliciando com o blog!:)
Eu prefiro ler-te aqui livre encargos e de modas "jornaleiras" ;-)
Beijos
São tiradas deploravelmente enclausurantes, 125 Azul...
Rafaela, se ela é um bocadinho tonta e escreve para a Pública e se eu podia escrever para a Pública, quer dizer que eu também poderia ser um bocadinho tonta ou que achas que já o sou? ;)
Está descansada, A lice, que é só com o blog que poderás contar!
Eu também, Periférico! :)
Beijolas a todos.
Carlota ela é um bocadinho tonta e mesmo assim escreve para a publica, então tu que não es tonta de todo podias escrever pro deixa cá ver pro Daily Mirror.
=)
Ui, mas isso de escrever em inglês seria MUITO MAIS DÍFICL! :)
Beijola
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