A invasão anunciada
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É como se fosse uma casa. Para ir mobilando.
Agora vou ver se encontro por aqui algum belga flamengo que me traduza a página do Palácio dos Desportos de Antuérpia e o e-mail que tiveram a amabilidade de me enviar naquela língua de trapos. Estes belgas gostam de nos facilitar a vida.
Depois, até me ocorre que li O Diário de Adão e Eva, do Mark Twain e To Kill a Mocking Bird, da Harper Lee, mas, tirando esses, só me lembro bem é de ter lido os livros de instruções do meu telemóvel, da minha máquina fotográfica e da minha máquina de cortar fiambre. Serve?
Não sei se tiveram oportunidade de ver este momento único (que não foi difundido pelas televisões francesas). Todo o charme de Nicolas Sarkozy após uma troca de brindes com Vladimir Putin.
Ontem foi dia de eleições legislativas na Bélgica e hoje eu gostaria de ter escrito qualquer coisa sobre o assunto. Mas tal só seria possível se não fosse o problema de eu não perceber rigorosamente nada sobre este malfadado sistema eleitoral que não nos permite, no dia a seguir às eleições, saber quais são os partidos que vão integrar a coligação governamental.
Fiquei mais aliviada quando percebi que os jornalistas do The Economist também têm o mesmo problema. E quase que desatei à gargalhada quando li que os próprios belgas também não estão lá muito à vontade no assunto, o que até levou um dos conceituados jornais belgas a publicar um guia sobre as regras de coligações pós- eleitorais.
Sinto, portanto, aquele alívio normal que é saber que não estou só no mundo da ignorância. É que só daqui a uns tempos (meses?) vamos saber quem governará este país.