quarta-feira, novembro 30, 2005

Ai os homens!...


No mês passado, declarações do chefe cozinheiro Gordon Ramsey criaram a maior polémica no Reino Unido. Este senhor afirmou que o seu país natal criou (uma geração de) mulheres que sabem fazer coktails, mas que são incapazes de cozinhar seja o que for.
No decurso da polémica, saiu no "The Independent" um artigo denominado "Why men are crap" com uma compilação de reacções àquelas declarações e a outras, de outros senhores igualmente "simpáticos".
Passo aqui a citar algumas dessas reacções, que achei verdadeiramente perspicazes e engraçadas . O meu objectivo não é lançar a discussão sobre o assunto, mas sim proporcionar-vos o prazer de talvez reconhecer nestas palavras o homem que há em vós (para os homens) e/ou o que há nos homens que conhecem (para ambos os sexos). Dou de barato desde já que há excepções e peço desculpas antecipadas por manter os comentários em inglês, mas se me pussesse a traduzir nunca mais saía daqui.
Emma Richards disse: "What are men crap at? Most things! But maybe that's not specific enough. So how about not being able to remember anything, not being good at attention to detail, and having an apparently genetic inability to do two things at once. Not that I'd want to fall into the trap of making sweeping generalisations, which on recent evidence seems to have been the case with a few other people. Speaking of which, some men are pretty good at talking about themselves, or in a derogatory way about other people, to generate publicity for themselves. Does that count as a strength?"
Jo Brand disse "In my experience, the main things that men are really terrible at doing are small domestic things. Things like wiping down a surface properly. I don't know what it is. Maybe they can't squeeze a cloth dry or something. But there's always a crusty ring of crumbs on the side of the surface when they've finished, which means you then have to do it all again.
And I think I know the reason why men can't multi-task, too. Multi-tasking for women means doing lots of things at the same time, all rather shoddily. So if you're trying to get the kids to school and write something and do the Hoovering all at the same time, the Hoovering will always be a slightly cursory job. You'll Hoover the areas that everyone's going to see, and that will be that.
I don't know a single woman who's ever used all those add-on jobs that you put on the end of the Hoover. But if you ask a man to Hoover, it will take him two days. He'll go into every area, he'll put all the furniture out in the garden. He will, in other words, do it properly. But it doesn't give much scope for doing everything else at the same time."
Baroness Julia Neuberger disse: "I love men, and on the whole they are good at things I'm bad at, like map-reading. But they tend to be bad at remembering to do things - their wakeful nights are not filled, as mine are, with lists in my head, or even worse, waking up and making a list. That need to make lists and then do everything on them seems to be a female trait. Perhaps men think the world will continue - or at least there will be meals at home - whether they make lists or not.
The last thing men are really bad at is shopping. The fact that they have been told that there is a really good shop nearby where you can get what is needed seems not to sink in. They still come back saying they were unable to buy the strainer, funnel and pie dish that you desperately needed, and think they have done very well by trying and struggling through the crowded streets. In my book, trying at shopping is not good enough. You also need to succeed. "
Sarah Beeny disse: "The difficulty is finding something men are good at! Cooking, maybe, but at least when women cook, the kitchen looks something like it did when it started. When men cook they use every saucepan and dish and make the place look like a bomb has gone off. It takes months to clear up and they require months of praise just for cooking.
Also, men aren't able to go to the shops. You can have no loo paper, no milk and no teabags in the house, but if a man goes out for a newspaper, that's what he's going to buy. He'll then go back to the shops if he needs milk and teabags and he won't go out for loo paper until he needs the loo. They just can't compute large amounts of material at the same time. And the last thing men are really bad at is keeping their one black sock out of a white wash. "
Finalmente, Rebecca Loo (desta só consegui encontrar hot sites; acho que era a baby-sitter dos Beckham) disse: "I love cooking, it's one of my favourite pastimes, but I don't make a big deal about it. On the rare occasions that men do cook, they make such a massive deal about it, like they deserve a medal or something. And they make a real mess in the kitchen, too.
Another thing that really annoys me is that men are completely blind! You'll be having your dinner and he gets up to get something and you're, like, " Can you bring the salt, babe," and you know it's right there on the side in front of the kettle but he just can't see it so you have to get up anyway. They can't see things that are right in front of their faces. Men are also crap because they don't realise that women are just totally romantic and all they'd have to do to get exactly what they wanted would be to treat us like princesses the whole time. But then, what would we have to talk about?"

terça-feira, novembro 29, 2005

Desperate House... People?


Esta é para os desesperados que, como eu, vítimas do estômago (do próprio e do dos outros), são obrigados a cozinhar...
Eu, esmerada dona-de-casa, tenho um truque para, sempre que preciso de fazer refogados, saltar a parte de cortar o raio das cebolas e dos alhos. Vou directa a uma das gavetas do congelador e saco uma daquelas couvettes de gelo na qual, em vez da esperada água congelada, estão uns quadradinhos de uma pasta de cebola e alho que previamente piquei numa daquelas máquinas eléctricas de triturar. É só tirar uns quantos e pôr ao lume, em cima do azeite!...

segunda-feira, novembro 28, 2005

Os repórteres do blá-blá-blá

Eles andam por aí. E reproduzem-se como coelhos, na exacta proporção em que aumenta a guerra das audiências das televisões pelo directo a qualquer preço.
O acontecimento da mais ínfima importância é hoje em dia tratado pelas direcções de informação das televisões portuguesas como se do mais importante se tratasse. Abre os serviços noticiosos com um já habitual "directo" e lá aparecem eles, os repórteres do blá-blá-blá. Começam invariavelmente pelo "Não ouvi a tua pergunta, Zé, mas posso desde já avançar que..." e continuam, não avançando rigorosamente mais nada do que tinha sido dito pelo pivot momentos atrás.
A grande especialidade destes repórteres, contudo, manifesta-se após as conferências de imprensa em directo, quando repetem o que a pessoa que acabou de falar esteve a dizer, não vá ser o caso de a gente ser um bocado surda ou ter aproveitado aquele pedaço para ter ido à cozinha ver se o esparguete já estava cozido ou ainda por transmissão de pensamento ter-lhe dito - como aquela do anúncio -, "Explica-me como se eu fosse muito burra!".

domingo, novembro 27, 2005

No pain, no gain


Uma referência aos toques de entrada para as aulas inspirou-me este texto.
É verdade que há já muito tempo que não me vinham à memória os toques das campainhas da escola. Mas os pensamentos são como as cerejas e do que logo a seguir me lembrei foi das últimas vezes em que ouvi essas campaínhas. E não foi na escola. Foi no Parlamento Europeu, onde trabalhei como assistente de uma deputada portuguesa durante alguns anos...
O Parlamento Europeu reúne-se em sessão plenária uma vez por mês em Estrasburgo (França) e umas outras quantas vezes por ano também em Bruxelas. É quando estão os deputados todos sentadinhos no hemiciclo, estão a ver?...
E sabem em que momento e por que motivo estão os representantes do povo europeu TODOS lá sentadinhos?... É QUANDO uma campaínha toca por todo o edifício a avisar que está na hora de votar e é PORQUE se eles não votarem é-lhes marcada uma falta e não recebem o carcanhol correspondente ao dia do voto.
Acham que isto é um exagero e que assim se tratam os deputados como se de criancinhas mal-comportadas se tratasse? Então eu explico porque é que é assim...
Os deputados europeus recebem, entre outros subsídios, o de estadia. Este subsídio é concedido pelos dias de participação nas reuniões oficiais e essa participação é comprovada mediante a assinatura de folhas de presença para esse fim.
Hoje em dia, essas folhas de presença estão nas próprias salas de reuniões, mas há alguns anos eram colocadas do lado de fora da sala. E o que faziam então alguns deputados?... Assinavam a folha para garantir o pagamento do subsídio desse dia e depois "punham-se na alheta"!... E quando chegava a hora do voto só lá estavam alguns gatos-pingados, o que muitas vezes fazia com que textos importantes não fossem aprovados.
Foi então por causa dos mal-comportados que passou a ser obrigatório assinar a folha de presença dentro da sala - para eventuais escapadelas darem mais nas vistas - e estar presente na altura do voto. É que no pain, no gain!

sábado, novembro 26, 2005

A neve chegou a Bruxelas


Hoje de manhã o nosso jardim estava coberto por um tapete branquinho imaculado.
Depois do pequeno-almoço, na sequência de muitas insistências do Migas, lá fomos explorar a camada de neve.
Mas não ficámos por lá muito tempo. É que após umas cavadelas com uma pá e a descoberta da relva e depois de mandarmos umas quantas bolas de neve para o infinito - que no nosso caso fica antes daquela mesa que se vê aqui na foto -, o Migas já não aguentava as mãos geladas e rendeu-se: Mamã, tenho um cadinho de fio!...

quinta-feira, novembro 24, 2005

Insondáveis mistérios



Porque será que quase sempre que abro a torneira do lava-louça a água faz pontaria a uma monga de uma qualquer colher, que por sua vez acha que a toda a minha cozinha precisa de ser borrifada?

quarta-feira, novembro 23, 2005

Rainha do quê?


Li no suplemento Y do Público um artigo de um tal de João Bonifácio a propósito da super-estrela Madonna. Logo no início do texto, este senhor compara-a a Robbie Wiliams, dizendo que "Ao contrário do que as mitologias da pop apregoam, Madonna não é a Rainha da pop. Essa é Robbie Williams. À Ciccone cabe o papel de rei. Robbie tem a pose de palhaço triste, adopta a postura de puto rebelde, goza com a sua imagem de “superstar”, mas esse gozo é demasiado explícito, muito frequentemente as letras dão-se à reflexão em torno do vazio do estrelato, há momentos de auto-acusação em que ele se pune pelos exageros que são dele esperados. É uma menina, no fundo.
Madonna, essa, nunca tem dúvidas (e raramente se engana). Pragueja, lida com o corpo como uma ferramenta automóvel, fuma charuto no David Letterman Show, faz crer que já teve mais mulheres que um camionista no fim da sua carreira de 65 anos, põe a mão no escroto por tudo e por nada: é o Rei.
” E continua por aí fora.
Posso admitir que parte disto corresponda à verdade. Pronto. Mas vamos ao que interessa verdadeiramente: a música. Onde é que está a graça, a novidade e a qualidade de Hung up? É uma música que fica no ouvido? O Your my heart, you’re my soul também. A letra é absolutamente extraordinária?
Time goes by so slowly Every little thing that you say or do I'm hung up I'm hung up on you Waiting for your call Baby night and day I'm fed up I'm tired of waiting on you Time goes by so slowly for those who wait No time to hesitate Those who run seem to have all the fun I'm caught up I don't know what to do Time goes by so slowly Time goes by so slowly Time goes by so slowly I don't know what to do
Não me parece. A melodia é harmoniosa? Já o era no tempo dos Abba. A cantora tem uma voz excepcional? Nem por isso e antes pelo contrário.
Então o que faz desta música um sucesso?... A imagem. O poder da produção. E a corte cega à Madonna. Irrita-me esta corte que se faz à mulher. Parece que é o supra-sumo da batatinha e que tudo o que dela venha é o melhor do mundo, mesmo que seja o seu caixote do lixo.

Outra vez a Ota


Graças a uma coisa chamada televisão por satélite, temos lá em casa o pacote normal da TV Cabo portuguesa. Isto basicamente significa que estamos na Bélgica, mas é como se estivéssemos numa ilha. Ou seja, desconhecemos quase por completo o que se passa nesta terra. Até fui surpreendida, há pouco mais de uma semana atrás, por um telefonema de uma amiga que se inquietava pelos distúrbios que tinham ocorrido no centro de Bruxelas, não muito longe de minha casa. Bem, mas adiante!
Graças então àquela maravilha da técnica, tive ontem oportunidade de ver e ouvir na TVI os comentários ferozes que o Miguel Sousa Tavares fez a propósito do projecto do aeroporto da Ota. Bem, dizer que os comentários do MST são ferozes é praticamente um pleonasmo…
Mas continuando. Conversa puxa conversa, e o meu Marido lembrou-se de um post muito interessante que leu no Blasfémias sobre este assunto. Eu bem disse que ele tinha boas ideias.

Emoções

Uma daquelas maravilhas totalmente inúteis que se encontram na net.
Desta vez mostra a palete de expressões emotivas deste ícone cultural do século XXI que é a menina Paris Hilton.
Podem vê-la aqui.
Aviso à navegação: este post é da autoria do meu Marido. Não foi feito de propósito para o meu blog, mas eu pedi-lhe autorização para o publicar. Aliás, já lhe pedi que se tornasse fornecedor de ideias. Ele verbaliza-as e eu eternizo-as na blogosfera. É que ele até tem boas ideias, mas a preguiça nunca vai deixá-lo ter um blog.

Querido Pai Natal II



Estive a pensar e, bem vistas as coisas, portei-me mesmo bem este ano. A única coisa que fiz mal foi não ter comprado este aqui ao lado quando achei que tinha perdido o meu telemóvel.

Assim sendo, será que davas um jeitinho ao teu orçamento - podes sempre rectificá-lo mais tarde, à semelhança dos governos em Portugal - e punhas esta maravilha da técnica no meu sapatinho?

Eternamente agradecida.

terça-feira, novembro 22, 2005

Manual de manipulação de revistas cor-de-rosa


1. Ver as fotografias e ler as gordas.
2. Nas entrevistas, mesmo a pessoas aparentemente interessantes, ler apenas as perguntas para ver se por acaso foi colocada alguma questão inteligente. Se for o caso, ler a respectiva resposta.
3. Ignorar quaisquer outros textos porque são uma verdadeira perda de tempo.
4. Em qualquer situação, não perder mais de cinco minutos a folhear a revista.

segunda-feira, novembro 21, 2005

Mensagem da empregada doméstica

Hoje, chegada a casa, esperava-me uma mensagem escrita da Lisa, que é filipina. Passo a transcrevê-la, tal e qual se me apresentou: "Goodevening, light in kitchen not functioning don't know why this morning when I passed in your house there is light in window I don't know why". É a mensagem mais clara que alguma vez me deixou.

Querido Pai Natal I


Este ano portei-me bem. Como um anjinho. Faltei ao trabalho duas vezes, mas estava doente, doente e não tive alternativa. Não atropelei nenhum ciclista, embora vontade não me faltasse. Cumprimentei sempre o trombalazanas do meu vizinho apesar de o achar antipático como uma porta fechada. Reciclei todo o lixo não orgânico que produzimos lá em casa. E reguei as plantas do jardim da minha vizinha Mary todos os dias na semana de maior calor deste Verão.
Podias, por isso, dar-me um igual a este da fotografia? É que o novo modelo do Audi RS4, apesar de ter mais 30 cavalos do que o modelo anterior – perfazendo assim a módica quantia de 420 – não é tão bonito como o que o precedeu...

Curta crónica de uma dor de garganta anunciada

Sexta-feira, 18 de Novembro. Conseguimos convencer o Migas de que tínhamos de trabalhar à noite. Já lhe expliquei que sem trabalho não há dinheiro e sem dinheiro não há comida, roupa, sapatos e, acima de tudo (foi com esta que o levei), não há brinquedos nem DVDs. E assim lá fomos para um prometedor jantar com portugueses, brasileiros e italianos no Bla Bla & Gallery.
Só que estava muuuiito frio. E eu já devia saber que quando está muuuiito frio não me chega o cachecol.

sexta-feira, novembro 18, 2005

Perguntas de José Manuel Fernandes


Porque já tinha saudades de ler outro jornal que não o DN, porque gosto de ler muitas das coisas que escreve o José Manuel Fernandes, porque há vizinhos que vêm aqui que também não têm acesso ao "Público" e, sobretudo, porque ADORO ver os políticos levar tareia (a minha aversão aos políticos em geral agravou-se desde que tive contacto directo com os bichos enquanto trabalhei no Parlamento Europeu), aqui deixo este texto que o meu amigo António teve a amabilidade de me enviar hoje. Mais uma vez obrigada, António!


Perguntas
José Manuel Fernandes

Quando mais fala o Governo do TGV e da Ota, mais incongruentes surgem ambos os projectos.
Num frenesim nada esclarecedor, o Governo tem vindo a "libertar" cirurgicamente pedaços de informação sobre os projectos da Ota e do TGV. O ruído é muito, a coerência pouca, a evidência de que tudo está mal pensado imensa.
Coloquemos, pois, algumas perguntas, para as quais não encontrámos respostas coerentes. Ou sequer tentativas de resposta.
O ministro diz que quer criar um comboio rápido entre a Gare do Oriente e a Ota, o qual permitiria aos passageiros chegar ao aeroporto em 17 minutos. Para tal, utilizaria a Linha do Norte, menos sobrecarregada após a construção do TGV, mas não esclarece como ligaria essa linha à Ota, pois ela passa muito longe do novo aeroporto. Também não esclarece se o seu shuttle, futurista e sem condutor, circulará metade do caminho na Linha do Norte, que tem bitola ibérica, e outra metade na nova linha do TGV, que tem bitola europeia. Já quem conhece o "aperto" que constitui, para a expansão da Linha do Norte, o "gargalo" de Vila Franca de Xira, onde não há espaço para meter nem mais uma agulha, interroga-se sobre por onde passará a linha do TGV. Será que vai ser necessário construir uma nova ponte para o Barreiro para meter lá o novo comboio, fazê-lo passar depois pela lezíria - com que impacto ambiental? - e, após tortuoso "esse", levá-lo até à Ota?
Outra questão sem resposta é a do tráfego esperado na ligação Lisboa-Porto e quanto tempo poupará uma linha de alta velocidade face ao melhoramento da Linha do Norte. É ou não verdade que, se os estrangulamentos nela existentes forem eliminados, essa ligação pode ser feita em duas horas e um quarto, talvez menos? Sendo assim, vale a pena investir num TGV para ganhar uns 20 minutos na ligação Lisboa-Porto?
E, já agora, como pensa o Governo resolver o problema da criação do corredor onde passará o TGV, já que este terá de ter entre 500 e mil metros de largura e estamos a falar da zona do país mais densamente povoada? Recordar-se-ão as doutas autoridades de como foi difícil fazer passar um simples gasoduto, com anos de atrasos nas expropriações? Terão ideia de que rasgar um corredor para o TGV corresponde a criar abrir um lenho no território duas a três vezes mais largo do que o de uma auto-estrada? Convinha não esquecer que a orografia e a ocupação rural e urbana do litoral português, para onde se "entornou" quase toda a população do país, pouco tem que ver com as planuras desertas onde Espanha planeia fazer passar as suas linhas de alta velocidade...
Falando de Espanha, será que podem explicar-nos que tipo de linha tencionam "nuestros hermanos" construir entre Madrid e a fronteira? Olhando para os documentos oficiais espanhóis, percebemos que será uma linha mista, para passageiros e mercadorias, a qual fica pelo menos 15 por cento mais cara do que uma linha só para passageiros. Ora nesses mapas essas linhas mais caras são as que servem as regiões espanholas com menos tráfego, o que não deixa de ser misterioso. A não ser que, em vez de essas linhas serem de alta velocidade, serem apenas de velocidade alta... Nesse caso, será que estamos a comer gato por lebre?
Poderá também o ministro explicar por que vai construir uma linha de metro para o actual aeroporto da Portela, se tenciona desactivá-lo? Será que espera encher esses apetecíveis terrenos de construções? Ou que, destinando-os a um parque urbano, entende ser útil levar o metro para um jardim, quando há tantas zonas de Lisboa densamente povoadas e mal servidas? E não estará a mangar connosco quando sugere que vai propor a realização de um concurso de ideias para aqueles terrenos, quando eles têm de reverter para os seus antigos proprietários se deixarem de servir o aeroporto?
Por favor: não julguem que os portugueses são tontos.

Consulta no oftalmologista

Tinha hoje uma consulta marcada no oftalmologista às 10h30.
Saí do escritório às 10h15 e dez minutos depois estacionei o carro em frente da clínica do Parc Leopold. Cheguei ao consultório às 10h30.
A médica chamou-me às 10h35. Fez-me uns testes com as lentes de contacto descartáveis que me tinha oferecido há um mês atrás, para que eu pudesse experimentar se me dava bem com elas. Como estava tudo bem, disse que então eu podia passar às lentes definitivas. Perguntou-me se eu queria receber as lentes em casa, pelo correio, ou se passava a ir buscá-las ali. Pegou no telefone e fez a encomenda. Quando desligou, disse-me que eu podia voltar para a semana, em princípio na quarta-feira, para ir buscar as lentes novas. Recebeu os 40 euros da consulta (a oftalmologia é a especialidade mais cara que já consultei na Bélgica) e desejou-me um bom fim de semana. Às 11h00 estava de volta ao escritório. Parece ficção?

P'rá cama! JÁ!

Esta semana tem sido uma desgraça... Tenho-me deitado a horas proibidas porque fico sempre em frente deste écran a pensar: "Só mais 5 minutos!". No dia seguinte, quando o despertador toca - cá em casa o despertador são os passos do Migas a aproximar-se, invariavelmente com a pontaria de 10 a 20 minutos antes da hora do despertador electrónico -, a primeira coisa em que penso é: "Logo deito-me às dez!"... É o deitas!
Hoje arranjei outro esquema para não perder a noção do tempo a passar. Liguei o candeeiro da sala a um timer para se desligar a uma certa hora. A luz já se apagou e, sabem que mais? Isto vê-se melhor às escuras!

quinta-feira, novembro 17, 2005

24



Ontem acabámos a segunda série do 24. Vimos os vinte e quatro episódios tipo maratona - mais ou menos dois por dia em dias quase seguidos.

Achei a série gira, apesar de já não ter o mesmo impacto que a primeira.

Quem sabe do que estou a falar conhece certamente o toque de telefone do CTU...? Se estiverem interessados em tê-lo no vosso telemóvel poderão encontrá-lo aqui. Eu já fiz o download, sem problemas.

quarta-feira, novembro 16, 2005

Salsichas frescas e arroz branco


É o jantar hoje cá em casa.
Trouxe o portátil para a cozinha.
Estou a tornar-me numa verdadeira dona-de-casa do século XXI. Se assim não for, ou deixo queimar a comida ou isto vai sair cheio de erros ortográficos.

Deslumbrada pela condução

Desde miúda que tenho esta pancada. Bem, agora um pouco menos...
Lembro-me de ter menos de 5 anos e ir sentada no chão da parte de trás do carro do meu Pai, com uma perna por baixo de cada um dos bancos da frente e as mãos agarradas ao meu volante, que era uma peça em metal entre os bancos onde se prendiam os cintos de segurança.
Lembro-me que com cerca de 11 anos ser tão chata, tão chata, que consegui convencer o meu Avô a levar-me a um campo de futebol de terra batida e a deixar-me conduzir o seu Fiat 127 amarelo, sentada ao colo dele.
E lembro-me de durante a adolescência ter sonhos e sonhos, para não dizer pesadelos, em que conduzia carros que não conseguia travar, em ruas íngremes que nunca tinham fim à vista.
Quando finalmente tirei a carta de condução, não descansei enquanto não pude comprar o meu primeiro carro. E o entusiasmo era tal que, durante os primeiros dias em que o tive, até acordava mais cedo para ir trabalhar, porque ia a conduzir.
Mais tarde o gosto de conduzir transformou-se em gosto por carros em geral. Acho que fui a única rapariga do meu grupo de amigos que conhecia o número de cavalos e a cilindrada do carro que conduzia, para além da largura dos pneus e essas outras coisas que impressionam.
Tenho a impressão de que estou a transmitir estes meus gostos ao meu filho, o Migas, que tem agora três anos. No outro dia disse-me que ele era a mamã, eu era o filho e ele ía levar-me à escola - de carro, está claro! Sentou-se no chão à frente do seu volante e fez-me sentar atrás dele. Pôs-me o cinto de segurança (tchc!), em seguida o cinto de segurança dele (tchc!) e lá fomos nós... Uns dez metros à frente, o Migas deu uma valente apitadela e berrou: Ó pá, PASSA! Senti-me a corar, mas por outro lado fiquei aliviada. Ainda bem que não digo palavrões!

terça-feira, novembro 15, 2005

World Map




A vermelho estão indicados os países que já visitei.

É possível personalizar mapas destes em World66.

domingo, novembro 13, 2005

Quase duas horas de silêncio



Hoje à tarde mandei os miúdos ao cinema para verem o Chicken Little. O de 3 anos gostou muito; o de 35 achou o filme bastante infantil...
Eu achei que foi uma excelente ideia. Tive quase duas horas de silêncio.

sábado, novembro 12, 2005

Os fins de semana em Bruxelas

Os fins de semana em Bruxelas são um stress. Temos de fazer tudo no sábado porque no domingo está tudo fechado (e isto agrava-se na época pré-natalícia porque para além da quase sagrada ida ao super-mercado para o abastecimeno semanal, ainda há que percorrer as lojas em busca das malfadadas prendas). E depois, no domingo, não há "nada" para fazer... O "nada" é relativo e tem em conta que está a escrever alguém que estava habituada aos templos de consumo portugueses abertos 12 horas por dia, 362 dias por ano.
Sou absolutamente a favor de que se instaure a troca do sábado pelo domingo nesta terra. Só assim conseguiriamos carregar as baterias para conseguir fazer tudo o que é necessário ao fim de semana.

Uff...

Estava a ver que tinha de começar tudo de novo... Quando hoje aqui voltei já não me lembrava do meu username, da minha password, de nada! Felizmente há quem tenha previsto que isto pode acontecer e por isso recuperei o meu blog. Boa!