sexta-feira, abril 28, 2006

Viródisco XV


Há uns anos, gastei uma "fortuna" num CD dos Toto só porque adorava uma única música deles e queria poder ouvi-la vezes sem conta.

Tenho a certeza de que toda a gente conhece este tema lindíssimo.

O Mundo do Toalhete


Às vezes há coincidências que vêm mesmo a calhar.
Estava eu hoje a precisar de ajuda para escrever qualquer coisita, quando me apercebi de que o Espumante tinha lançado um S.O.S. à vizinhança relativamente a um assunto que, por outra coincidência, me tem acompanhado durante todo este mês de Abril: a ausência da empregada doméstica.
E não é que, por mais uma coincidência, eu até já tinha pensado em escrever sobre o assunto, apesar de entretanto de tal me ter esquecido?... Ele há coisas!!!
Eu compreendo a gravidade da situação do Espumante. Para quem está habituado a ter alguém que faça o trabalho pesado da manutenção de uma casa - limpar o pó, aspirar, lavar casas-de-banho e passar a ferro - a ideia da ausência da empregada é verdadeiramente assustadora. Não porque não sejamos capazes de tratar do assunto, mas porque temos mais coisas para fazer, - e neste caso qualquer coisa será mais interessante -, e porque ninguém tem pachorra de fazer horas extraordinárias não remuneradas de trabalho doméstico depois de uma cansativa semana de trabalho.
Mas depois de tal desgraça nos bater à porta, é preciso não desmoralizar. Há poucas coisas na vida que não têm solução e a ausência da empregada não é felizmente uma delas!
Uma das possíveis soluções, passará sempre por contratar uma substituta. Mas creio que isto o meu vizinho já sabe. A outra será, inevitavelmente, arregaçar as mangas e encarar a possibilidade do do-it-yourself. Foi isto que fiz.
A aventura permitiu-me uma incursão no Mundo do Toalhete. Os primórdios do século XXI bafejaram o(a) dono(a)-de-casa moderno(a) com uma panóplia de toalhetes que são uma preciosa ajuda nas lidas domésticas. Descobri que há toalhetes para tudo e mais alguma coisa: para os vidros das janelas, para as louças da casa-de-banho, para o chão em madeira, para o chão em pedra, para as placas de vitro-cerâmica, para o pó dos móveis e, inclusivamente, para as superfícies modernas! Fui ao ponto de até desencantar num super-mercado, por acaso em Lisboa, uns toalhetes para limpar frigoríficos e micro-ondas com um encantador cheiro a Coca-Cola. Tem é sido complicado resistir a dar-lhes uma trincadela.
A aventura no Mundo do Toalhete terá contudo de ser breve. Por um lado, o preço de cada pacote não é propriamente de saldos. Por outro, e por muito que nas instruções venha escrito que os toalhetes são nao-sei-quantos-por-cento biodegradáveis, a sua utilização contribui para o aumento da poluição do planeta. E eu gosto sempre de ser um bocadinho bio em tudo o que faço.
Infelizmente, não há no mercado toalhetes que ajudem a passar a ferro... Por isso, para que a resposta ao pedido de ajuda seja completo, só me ocorre sugerir a compra da máquina cuja fotografia acompanha este texto.
Trata-se da Wash, Dry, Iron, um aparelho revolucionário que lava, seca e engoma todas as roupas. É só um investimentozito de cerca de € 1200, mas tenho a certeza de que é rentável a muito longo prazo.

quinta-feira, abril 27, 2006

A Prima Vera afastada


Este ano a Primavera teima em não assentar arraiais em Bruxelas. As nuvens não descobrem o sol convenientemente e a temperatura insiste em não subir nada de especial, mantendo-se a máxima à volta dos 15 graus e ameaçando, nos próximos dias, descer um bocadinho.
Os habitantes provenientes dos países do Sul da Europa começam a desesperar. Alguns correm mesmo risco de depressão. Os do Norte da Europa, pelo contrário, são uns optimistas e acham que têm estado uns bons dias para a época.
Na senda desse optimismo, uns colegas meus escolheram o dia de hoje para fazer um almoço comemorativo de uma série de efemérides. O local escolhido para o evento foi um dos terraços do prédio onde trabalhamos, mas como estiveram até ao último momento na dúvida sobre se iria ou não chover, só uma hora antes é que enviaram o e-mail a confirmar o local.
A indumentária dos participantes no simpático almoço, que por acaso até tinha comida (*), era uma pequena amostra do que se vai vendo pelas ruas de Bruxelas. Havia pessoas com camisola de gola alta e com botas, pessoas com kispos ou casacos compridos, homens de fato, uns com o casaco posto e outros sem ele, algumas mulheres com camisolas de mangas curtas e duas com camisolas de mangas cavas.
Nas ruas, cruzamos-nos igualmente com pessoas vestidas das formas mais díspares, desde aquelas que ainda andam com o cachecol enrolado ao pescoço, até àquelas com camisolinhas de alças. É o resultado da amálgama de nacionalidades, da vontade de que o bom tempo venha depressa e da existência de sérios casos de pessoas com o termóstato avariado.

(*) Acreditem que já fui a almoços do género onde só havia batatas fritas, azeitonas e queijo cortado aos quadrados. O que nunca falta são garrafas de vinho.

terça-feira, abril 25, 2006

Horror

Ver e ouvir a entrevista do Carlos Silvino à TVI.
Conjecturar o que terá sido a infância e a adolescência daquele homem.
Imaginar o sofrimento que posteriormente causou a inúmeros jovens e crianças.
Ter medo de ouvir mais do que ele tem para dizer, ter pavor de ouvir tudo.
Ter pena e ter raiva. Ter raiva por ter pena.
Que frágil é a condição humana.

Razão vs. emoção

Em que pensa uma mulher, dias a fio, sempre que tem oportunidade, nas pausas do trabalho e das tarefas domésticas, antes de adormecer e logo que acorda?
Neste telemóvel/PDA espectacular, que é mais moderno do que o modelo anterior, que tira melhores fotografias, que tem um sistema operativo melhorado, wi-fi e maior capacidade de memória, entre outras vantagens quando comparado com o outro.


E no outro, que é mais bonito.

Há quem lhe dê para ser fútil por isto e por aquilo. Eu é mais por gadgets e afins.

domingo, abril 23, 2006

Mulher que é mulher...


Através da Sabine, fiquei a saber que a Carla Hilário Quevedo (CHQ) – que é autora de um blog chamado Bomba Inteligente – afirmou num artigo da revista Atlântico que «mulher que é mulher escreve mal».
Infelizmente, esta frase foi tudo a que consegui aceder. Mas as parcas buscas que fiz e os infímos resultados que delas resultaram levam-me a presumir que a CHQ se refere às mulheres que escrevem em blogs. Espremi os neurónios que me restam e inferi que a dita frase, interpretada a contrario sensu, nos leva a concluir que “homem que é homem escreve bem”.
Tendo-me eu em conta de mulher que não escreve mal, rodei sobre mim própria à procura de um qualquer sinal de masculinidade. Não o encontrei, não obstante o esforço. E ficaria preocupada se o tivesse encontrado, pois ele tornar-me-ia numa das maiores fraudes de sempre. Sim, porque tendo em conta todos os formulários que já preenchi pondo uma cruzinha no quadrado que sucede o 'F', todo o dinheiro que já gastei em roupa de mulher, os gritos histéricos que dei cada vez que vi um rato, o vestido comprido que usei no dia do meu casamento, as vezes que fiz depilações, os nove meses de gravidez por que passei, entre outras coisas... com que cara é que eu encararia de novo o lado de lá da porta do Lote 5 se descobrisse que afinal era homem?
Decidi então atacar o problema pela outra ponta da farpa. E lancei-me na leitura de uma amostra significativa dos textos que escrevi neste blog: dez por cada mês da sua existência.
É óbvio que escrever num blog não é a mesma coisa que escrever num jornal e menos se compara a escrever um livro. Ainda assim, finda a leitura atenta, concluí que soube escrever em quase todas as vezes a que a isso me propus. Soube representar por caracteres as minhas ideias. Os textos que escrevi têm uma lógica estruturada e a quase todos não escapa a introdução, o desenvolvimento e a conclusão. Noto cuidado na escrita e ausência de erros ortográficos.
Por outro lado, no que respeita aos conteúdos dos textos, são subjectivos como em qualquer blog que se preze, mas não são exibicionistas, não pretendem convencer ninguém quanto à inteligência da autora e não ferem a susceptibilidade dos leitores.
Finda a auto-análise, concluí que não é de mim que fala a CHQ quando afirma que “mulher que é mulher não sabe escrever”.
Estando em condições de afirmar, como estou, que (1) a mesma frase não se aplica a muitas das mulheres que escrevem em blogs que conheço, presumindo que (2) a dita frase há-de ter uma razão de ser ou uma finalidade e considerando (3) o que se tem em conta a CHQ e (4) o que a têm em conta todas as pessoas que lêem o seu blog – entre as quais tenho de confessar que não me incluo – nem me atrevo a alvitrar acerca dos motivos que levaram a CHQ a escrever semelhante coisa. A minha condição de mulher que sabe escrever não mo permite.

sábado, abril 22, 2006

Blogger Girls Power


As PowerPuff Girls cá do sítio - ou o gang de Bruxelas, como já nos chamaram - conseguiram finalmente encontrar-se.

A coisa não foi fácil, pois entre férias e trabalho e trabalho e férias ainda não tinha sido possível encontrar um dia em que a Sinapse não estivesse de partida ou de chegada e, simultaneamente, a meteorologia permitisse uma saída segura à Pitucha.

Chegado o grande dia, reunimo-nos e, já se sabe o que acontece quando se juntam três bloguistas mulheres...

Não! Nada de bla-bla-bla, bla-bla-bla... Foi mais blog-blog-blog, blog-blog-blog...

Ao fim de duas horas, conseguimos dar uma curta trégua às cordas vocais e aos ouvidos do Chefe - devido à emissão de mais um episódio do Gato Fedorento -, mas depois lá continuámos noite dentro.

Acho que no fim do serão o Chefe já estava pronto para abandonar o lar...

sexta-feira, abril 21, 2006

Viródisco XIV


Os velhinhos Fleetwood Mac têm músicas muito agradáveis de se ouvir, principalmente as interpretadas pela inconfundível Stevie Nicks.

O tema que agora se ouve no gira-discos do Lote 5 é disso exemplo.

quinta-feira, abril 20, 2006

Post a meias

Em comentário ao post anterior, disse o Periférico: tolo é quem cumpre, o importante é não ser apanhado.
A frase lembrou-me o cartoon que segue, que recebi há uns dias por e-mail.

cartoon.jpg

quarta-feira, abril 19, 2006

Os três tipos de estarolas


Cada vez que volto a Portugal, verifico que as coisas estão mais na mesma. E tenho medo. Muito medo.
Os portugueses vivem apressados. Sempre em correria. A pé ou ao volante, há que acelerar, que é sempre hora de estar já noutro lugar e ainda faltam quinze minutos para lá chegar. Estes atrasos crónicos são um dos motivos pelos quais se conduz tão depressa em Portugal.
Na auto-estrada, para me proteger dos "Pepes-Rápidos", encosto-me à direita e raramente ultrapasso o limite de velocidade. Só saio para a faixa mais à esquerda quando tenho de ultrapassar o caramelo que insiste em manter-se a pastar na faixa do meio. Mas vou ali, encolhidinha, a temer pela minha vida. É que nunca sei se algum artista virá esborrachar-se de encontro ao meu carro, vindo de trás, do lado ou mesmo da faixa do sentido contrário.
Também sei que outro dos motivos das velocidades excessivas é o puro exibicionismo. Os portugueses gostam muito de se vangloriar dos seus recordes. Adoram dizer – e isto só a título de exemplo –, que só levaram hora e meia de Lisboa até ao Algarve. Mesmo que a hora e meia conte desde que passam a ponte até à entrada da Via do Infante, pois isso são pormenores de somenos importância...
Para manterem a sua reputação de ases-do-volante percorrem as auto-estradas a velocidades suicidas e, mais grave, homicidas. Nunca em nenhum outro país europeu em que eu já tenha conduzido tive oportunidade de os ver passar que nem balas, uns atrás dos outros. É um verdadeiro pesadelo.
Outro móbil horrível que leva os portugueses a ter o pé pesado: o picanço. Não há quem se pique mais ao volante do que os meus compatriotas. Picam-se os que querem passar com os que não saem da frente, picam-se os que saem da frente com os que querem passar até os passarem mais à frente. E muitas vezes acabam em picadinho, esborrachados no meio da picadora ambulante que é o carro que têm nas mãos.
Dos milhares de acidentes de automóvel que ocorrem anualmente em Portugal, resultam milhares de mortos e de feridos. Morrem os apressados, os exibicionistas e os que se picam. Morrem mais uns quantos que não têm culpa de nada, a não ser de estar no local errado na pior das horas. Sofrem os que lhes sobrevivem.

Cada um sabe dos seus


Ninguém lhe passou a corrente, mas ele lá elencou os seus dez pânicos. Aqui deixo o meu favorito.
Pessoas que dizem "salchicha": Há quem tema aranhas, há quem tema cobras. Eu tenho medo de quem diz "salchicha". Feitios.
(Ricardo Araújo Pereira na revista Sábado n.° 102)

terça-feira, abril 18, 2006

Novas ideias para relançar velhos vícios


Casino de Lisboa quer banalizar o jogo com apostas a um cêntimo (manchete do Público de hoje).
Parece-me uma excelente ideia para atrair novos jogadores e iniciá-los no viciozinho. E logo com as slot machines, que, segundo os entendidos, são as mais viciantes. Como sugeriu o Chefe, programam-se as máquinas (*) para pôr o pessoal a ganhar com mais frequência e depois de os felizes ganhadores terem transformado um cêntimo em um euro, é sempre a aviar, de preferência para apostas mais elevadas.

(*) As slot machines modernas trabalham com base num programa de computador, que selecciona ao acaso as combinações que dão prémios. As percentagens de prémios são pré-determinadas.

segunda-feira, abril 17, 2006

Tiro ao lado


Apesar de não ser esse o meu objectivo, o que sobressaiu do post anterior foi a birra da pobre da criancinha do super-mercado.
A minha ideia, contudo, era chamar a atenção para o facto de existirem mães portuguesas que não dialogam com os filhos na sua língua, apesar das insistências dos mesmos. Daí o diálogo estar em português e em francês, tal como o ouvi.

Tenciono voltar a dar gás a este blog a partir da próxima quarta-feira, após o regresso de umas curtas férias. Até lá, beijolas a todos!

sexta-feira, abril 14, 2006

Chorar é o melhor remédio!


Na bicha de uma caixa de um super-mercado de Bruxelas, atrás de mim, uma criança de cerca de 6 anos enceta uma dura investida sobre a mãe com o objectivo de levar para casa um pacotinho de bonbons, estrategicamente colocados para provocar este tipo de situações.
- Mamã, podes comprar estes bonbons?
- Non!
- Mas, mamã, eu gosto destes bonbons...
- J'ai dit non!
- Mas, mamã, tu disseste que...
- Arrête!
- Mas, tu disseste que eu podia escolher uma coisa!
- Stefan, s'il te plaît!... Tu m'entends pas? J'ai dit non et ça veut dire NON!
O rapazito faz um beicinho, treme o queixo e, de repente, abre a goela bem alto : - Buaaá!Buaaá!Buaaá!
Todas as pessoas na bicha olham para a criança. Umas com ar enfastiado, outras com pena do rapazinho que chora.
A mãe, incomodada com a berraria, agarra no pacote de bonbons com brusquidão e dá-o ao filho, que se cala, limpa as lágrimas e mostra um ar feliz. Valeu-lhe a linguagem internacional.

quarta-feira, abril 12, 2006

Os eternos vice-seja-o-que-for

Caramba! É preciso ter azar!

Primeiro no Europeu de 2004, agora nisto...

Não estou em mim. E nem acredito que acabei de escrever sobre futebol!...

Mas então não é que este ilustre desconhecido aqui do lado, que se apresenta sob o nome de Clive Owen, foi escolhido pela GQ como o homem mais elegante...? À frente do José Mourinho, que teve de se resignar a um mero segundo lugar, ainda que deixando para trás celebridades como o Jude Law ou o David Beckham...

Estaremos nós destinados a ficar na cauda da Europa em tudo quanto é importante e, ainda por cima, a ser vices em tudo aquilo que fazemos bem?

segunda-feira, abril 10, 2006

Pânicos e afins

Acho graça a estas coisas das correntes. A sério. Faz-me lembrar aqueles caderninhos que tínhamos no liceu, nos quais escrevíamos uma pergunta em cada página e depois fazíamos circular entre todos os amigos.
Hoje saiu-me na rifa o desafio lançado pelo Espumante. Aparentemente, todos nós padecemos de alguns pânicos viscerais e o objectivo é elencá-los. Fiz uma pequena análise introspectiva e encontrei alguns pânicos, se calhar mais do que aqueles que esperava. De qualquer forma, os pânicos que se seguem são menores, até porque os maiores não são blogáveis.

Eis, então, sem qualquer ordem de prioridade, cinco situações/criaturas que me fazem entrar em pânico, mais ou menos controlado.



1 – Falta de cotonetes


Ao longo dos anos, desenvolvi uma dependência das cotonetes, pelo que é algo que não dispenso de ter em casa.
Se por acaso me acontece ir passar o fim-de-semana a algum lado e de repente descubro que me esqueci de levar cotonetes, tenho imediatamente verdadeiros ataques de comichão nos ouvidos, o que desde logo me tira parte da serenidade que me é característica.


2 – A minha colega equatoriana


Mal a vejo entrar no meu gabinete, começo logo a pensar numa desculpa para sair. Mas na maior parte das vezes tento parecer trinta vezes mais ocupada do que estou, para ver se ela me desampara a loja rapidamente.
É que quando aquela mulher se põe a falar, corre-se o risco de não se fazer mais nada durante uma hora. Sabem como são aquelas pessoas que começam a contar uma história que nunca mais acaba porque dessa nascem outras pequenas histórias e explicações? Sabem como são aquelas pessoas que desenvolveram a capacidade de falar sem fazer pausas para respirar? Daquelas que não nos dão a mínima abébia para sequer dizer “pois”? Esta minha colega é formada em tagarelice e é assim. E ainda por cima, talvez por ser sul-americana, tem sempre um monte daquelas histórias místicas do avô cego que tinha visões, da irmã que sonhava o que ía acontecer no dia seguinte, da mãe de dezoito filhos que atravessou o país com uma filha morta nos braços, tudo muito ao estilo do Gabriel Garcia Marquez... mas muito mais assustador porque é suposto ser verdade.


3 – Contacto com peles de animais mortos e animais embalsamados

Deixam-me completamente horrorizada e ainda hoje estou para descobrir porquê.
Não consigo tocar em casacos de peles. Nem pisar tapetes de pele de carneiro ou de ursos ou de leões. Mesmo com sapatos, sinto calafrios.
Aflige-me estar perto de animais embalsamados, de pêlos ou de penas. Uma vez tive de entrar em casa de uma amiga pela janela, porque tínhamo-nos esquecido das chaves, e dei o grito mais estridente da minha vida quando ela acendeu a luz e eu vi que tinha ao meu lado uma enorme coruja de asas abertas...



4 – Abordagem por vendedores ambulantes

É o pânico total e não respondo pelas minhas reacções. Torno-me absolutamente inimputável e imprevisível, caso seja abordada por alguém que me queira vender algo em que não estou de todo interessada. Tipo as ciganas na Avenida da Igreja, em Alvalade. Ou os vendedores em países de turismo. E então se me tocam, está o caldo entornado. Correm o risco de levar um enorme berro e/ou com a mala em vôo. É uma coisa absolutamente irracional, para a qual não tenho qualquer explicação, mas é a pura das verdades.


5 – Mulheres chatas, fúteis e cheias de acessórios (normalmente de cabelos cheios de madeixas louras)


Fujo delas como o diabo da cruz. Temo ficar sozinha com elas numa qualquer sala. Não aguento as conversas sobre a dieta, o cabeleireiro, os biquinis, as sandálias, as compras, a cor do verniz das unhas dos pés. Ao fim de dez minutos, já estou com afrontamentos e à procura de uma janela para apanhar ar ou mesmo saltar. Não percebo como é possível nunca lerem um jornal ou não conseguirem seguir um raciocínio do Marcelo Rebelo de Sousa. Está para além do meu entendimento não arriscarem nada (excepto, talvez um tom de louro mais platinado nas madeixas), nunca terem produzido nada de concreto nas suas vidas e não se darem conta disso, quanto mais incomodar-se. Mete-me confusão não saberem fazer nada de nada, nem coisas simples como coser uma baínha. Aflige-me a sua dependência absoluta de uma pessoa do sexo masculino – que tanto pode ser o marido, como o pai -, quer em termos financeiros, quer para pôr um candeeiro no tecto. Resumindo, deixam-me fora de mim.
Quem vai panicar a seguir, se a isso tiver disposto(a): 125 Azul, Papoila, Araj, Restaurador e MJ.

The Simpsons (em carne e osso)


Enviado por e-mail pelo meu amigo DDS

Sondagem aos condóminos

Apenas para fins estatísticos e satisfação de curiosidade pessoal, ainda há alguém que veja o Herman ao domingo à noite?

domingo, abril 09, 2006

O momento da dúvida


Quando ouvi um barulho esquisito que saía do computador e fui espreitar, percebi que era o Chefe a jogar o 18 Wheels of Steel.
Por um momento, pensei que me tinha tornado na mulher mais chata do mundo, que é o que acho que pode levar um homem para o volante de um camião que distribui mercadorias pelos Estados Unidos...
Pouco tempo depois, quando o Chefe desligou o jogo com um ar de seca, fiquei mais aliviada. Mas continuo a achar que estes jogos são um autêntico perigo para a nossa auto-estima...

sábado, abril 08, 2006

Discos pedidos


Barry White - Just the way you are
Ele pediu e eu, como quero que ele fique pela blogosfera independentemente dos humores da sua inspiração, fui a correr desencantar o disco lá em cima no sótão, onde guardo um monte de relíquias.

quinta-feira, abril 06, 2006

Viródisco XIII


Quem se lembra da Ling, do Richard, da Elaine, do John e da sua espectacular dança, na casa de banho unisexo, ao som do tema do Barry White que toca agora no Lote 5?

A Europa às cores


A presidência do Conselho da União Europeia é assegurada pelos Estados-membros, em sistema de rotatividade, por períodos de seis meses.
Durante este primeiro semestre de 2006, a presidência da União cabe à Áustria.
Vejam como é original o símbolo da presidência austríaca. Sabem o que representa?

terça-feira, abril 04, 2006

Migalhas de Chocolate #3


A Primavera propriamente dita pode não ter chegado a Bruxelas, mas todos os seus efeitos secundários já andam por aí a fazer das suas.
Que o digam os que levam o dia de nariz a pingar e de voz fanhosa, à conta das alergias. E que o diga também o Migas, que já percebeu que "o amor está no ar" lá pelos lados da sua escola, o que quer que seja que isso quer dizer relativamente a um punhado de miúdos entre os 3 e os 4 anos de idade.
A verdade é que me tenho apercebido de que, obviamente por culpa de algum adulto que não eu, as crianças da sala do Migas andam obcecadas com as histórias de "amores" à mistura com histórias de princípes e princesas e de fadas e cavaleiros.
O Migas já me confessou a sua preferência pela linda Emma, uma franco-italiana sua amiga desde os quatro meses de idade, mas não está interessado em desenvolver o assunto e, segundo me parece, a conversa das paixões e dos namorados é coisa que o enfastia e que, se insistirmos no assunto, até o tira do sério.
Ontem, depois de ter levado para brincar no banho todas as suas miniaturas de animais selvagens - uma das prendas mais baratas e com maior sucesso alguma vez oferecida -, acabou por se recusar a trazer de volta o leopardo, que deixou solitário na bordinha da banheira.
- Então, Migas, não pões o leopardo a secar na toalha com os outros animais?
- Não!
- Porquê?
- O leopardo está de castigo.
- De castigo?... Então o que é que ele fez para ficar de castigo?
- Está amorado(*) do leão.

(*) Hão-de compreender que uma criança de três anos traduza assim para português a palavra "amoureux" quando em casa, onde apenas se fala português, o termo "apaixonado" ainda não foi introduzido nas conversas que temos com ele.

segunda-feira, abril 03, 2006

Eu quero, eu quero, eu quero!


Vejam-me só isto!
São estas pequenas coisas que despertam a consumista que há em mim.
Não vou descansar enquanto não arranjar o ThumbThing!

O futuro do pavilhão


Parece de propósito. É a mais bela metáfora. O Pavilhão do Futuro, uma das jóias da EXPO, transformou-se em Casino de Lisboa. Abre dentro de duas semanas.
António Barreto, no Público de ontem
Fotografia de Dias dos Reis.
Mais e excelentes fotografias do Parque das Nações, aqui.