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Porque durante os anos oitenta fui uma jovem teen-ager, as recordações que mais tenho dessa década são musicais. É que, para além de ser nessas idades que estamos mais sensíveis às melodias e às palavras cantadas, os anos oitenta foram, de facto, uma década de explosão musical.
Lembro-me de que sensivelmente a partir de 1984, o ano em que para mim começou a década de oitenta (o tal primeiro ano do resto das nossas vidas), tinha um caderno de capa azul (assim um género de predecessor do mouleskine) em que ia anotando coisas várias e no qual guardava, no início de cada ano umas quantas páginas para serem preenchidas até Dezembro, a seguir ao título Músicas de 198… Infelizmente, perdi esse grande tesouro e com ele devem ter sido perdidas referências a centenas de músicas, algumas que hoje são clássicos e outras que já ninguém lembra, de mazinhas que eram.
Mas o que não anotei nesse caderninho foi como, nessa altura, era difícil em Portugal o acesso à música e à informação sobre o mundo da música. Os programas na televisão sobre música eram inexistentes (ou com muito poucos recursos) e só, muito de vez em quando e se havia uns minutos antes do telejornal ou de um programa atrasado, lá pingava um
videoclip, que depois acabava por ser sempre um dos mesmos cinco durante os seis meses seguintes. A dada altura, mas já na segunda metade da década, lá conseguiram redifundir o
Countdown, apresentado pelo Adam Curry, que todos víamos religiosamente por especial permissão do canal Europa.
A rádio era um pouco melhor, valha-nos isso. Lembro-me de ouvir, sempre que podia, o
TNT - Todos no Top do Jorge Pêgo, na Rádio Comercial e a
Discoteca, do Adelino Gonçalves, na mesma estação, apesar de este programa se dedicar mais ao
soul e ao
funk. Mas o atraso relativamente à fonte musical que era Inglaterra era por demais evidente e eu, sempre que queria ouvir as novidades, lá passava as noites a sintonizar, com dificuldade, a
Radio Luxembourg, que emitia a partir de Londres.
Praticamente inexistentes eram, à altura, os jornais e as revistas sobre o panorama musical. Excepção feita ao Se7e, em volta tudo era deserto. Por esse motivo, eu recorria com frequência à revista BRAVO, uma publicação alemã que era vendida em Portugal. Só assim, de dicionário ao lado, eu ficava a par do que se ia passando nos bastidores da música dos anos 80. Foi uma excelente iniciação à língua alemã.
Vale a pena clicarem na imagem que ilustra este post, que vem
daqui, e tentar cantarolar os refrões dos temas de que se conseguirem lembrar. Eu lembro-me de 15/20; e vocês?